quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Activision ameaça não lançar mais jogos para PlayStation 3

Dona de franquias como Call Of Duty, Guitar Hero e Tony Hawk a peso-pesado Activision-Blizzard ameaçou retirar o apoio ao PlayStation 3 e ao PSP, caso a Sony não reveja sua política de preços para os consoles. O ultimato foi dado pelo presidente da empresa, Bobby Kotick, durante uma entrevista para o London Times. A Activision-Blizzard é hoje a maior produtora de jogos para videogames do mundo, com valor de mercado de US$ 16 bilhões.

"Eu estou ficando preocupado com a Sony. O PlayStation 3 está perdendo o momentum e eles não facilitam para que possamos apoiar a plataforma. É caro desenvolver para o console e o Wii e o Xbox 360 estão simplesmente vendendo melhor. Os jogos geram um retorno maior nos investimentos feitos no Xbox do que no PlayStation" afirma ele.

Na guerra de consoles da atual geração, a Sony amarga uma terceira posição especialmente triste após os anos de glória do PlayStation 2. Considerando números globais, o Wii, da Nintendo, já vendeu mais de 50 milhões de unidades, contra 25 milhões do Xbox 360, da Microsoft, e 21 milhões do PS3.

A proximidade entre o segundo e o terceiro colocados se deve a dificuldade da Microsoft de entrar no mercado japonês, onde o PS3 vendeu 2,6 milhões de consoles, contra apenas 866 mil do Xbox 360. Na Europa e nos EUA, por outro lado, o Xbox 360 têm ampla vantagem sobre o concorrente.

Para Kotick, o problema é o preço. Enquanto a Sony cobra nos EUA US$ 400 pelo PS3, o Wii sai por cerca de US$ 180 e o Xbox 360 pode ser comprado por até US$ 130.

"Eles têm de diminuir o preço, por que se não fizerem isso, as vendas secundárias (número de jogos comprados por cada dono de console) tendem a cair. Se formos realistas, podemos ser obrigados a retirar nosso apoio à Sony."

Segundo Kotick, isso já poderia ocorrer entre 2010 e 2011, e o ultimato se estenderia ao PSP. Para exemplificar os problemas causados pelo alto custo do PS3, ele mostra um skate sem rodas, usado no novo "Tony Hawk: Ride", que será lançado ainda este ano. Só que, com o preço do console mais caro, as pessoas tendem a comprar menos jogos e acessórios. E esses são grandes vedetes da indústria hoje em dia, com jogadores invadindo lojas de videogames para comprar guitarras, baterias e skates de plástico.

Enquanto as críticas à estratégia de preços da Sony se limitavam ao público e aos sites especializados, a empresa não demonstrou interesse em mudar sua política. Mas uma advertência tão direta de uma empresa da importância da Activision pode sensibilizar os executivos japoneses. Por enquanto, a única resposta da Sony foi uma nota oficial pouco reveladora.

"O PlayStation ganhou um grande momentum na E3 e nós acreditamos num crescimento com os mais de 350 títulos previstos para chegar às nossas plataformas, incluindo alguns jogos muito aguardados de nossos estúdios parceiros. Nós temos relações comerciais saudáveis e valorizamos muito nossos parceiros e estamos trabalhando para garantir a melhor experiência em videogames."

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